12 de Abril de 1957: Drama mata as Mille Miglia
As Mille Miglia foram uma prova tão fascinante como louca. "Quando falo das Mille Miglia, sinto-me comovido, porque nela estão longos pedaços da minha vida. Primeiro vivi-a como concorrente e depois como organizador da equipa a que pertencia – a Alfa Romeo; depois senti-a como construtor, admirando-a sempre e ao mesmo tempo admirando os seus campeões", escreveu Enzo Ferrari no editorial do livro "Ferrari alla Mille Miglia", de Giannino Marzotto, um piloto que somou sucessos nesta maratona, disputada em estrada aberta.
Pode dizer-se que o piloto espanhol estava no lugar errado, no momento errado. O Ferrari 335 Sport foi desenvolvido para participar nas 24 Horas de Le Mans, nas Mille Miglia e em Sebring. Começou a temporada nos EUA, com Peter Collins e Maurice Trintignant a garantirem o 6º lugar nas 12 Horas de Sebring. Em Le Mans, Luigi Musso/Mike Hawthorn abandonaram ao fim de 5 horas quando lutavam pela vitória e deveria ser o italiano a alinhar nas Mille Miglia, mas foi substituído à última hora por De Portago, que encontrou a morte numa corrida onde o alemão Von Trips garantiu a vitória com um carro semelhante.
As Mille Miglia foram sempre uma loucura. Tudo começou a 4 de Dezembro de 1926 a realização da primeira edição das Mille Miglia (mil milhas), uma ideia do jovem conde Aymo Maggi e Franco Mazzoti, que surgiu como uma resposta da cidade de Brescia à deslocação do Gran Prix de Itália para a cidade de Roma.
Depois do conflito, a prova voltou a ser organizada, tendo sido disputada sem interrupção entre 1947 e 1957, quando o acidente na vila de Guidizzolo ditou o seu fim. Hoje em dia, as Mille Miglia são uma das mais famosas provas internacionais de carros antigos...